Porque eu faço Pinturas
Gosto das cores, da matéria, do desafio da composição… necessito pintar…
Meu diálogo com a Pintura é intimista, pessoal, mas também, crítico e racional.
Na Pintura passei por diferentes fases. A princípio pintava paisagens a óleo e retratos com pastel.
Posteriormente passei para a tinta acrílica por ser mais versátil e imediata.
Admirava e me deixei influenciar pelas “assemblages” de Tàpies e Clavè, artistas do pós guerra espanhol, onde a materialidade é mais importante do que a forma. Usava impastos de tinta, areia e muitos materiais agregados à tela.
Essa influência ainda se mantém presente em meus trabalhos de pintura em papéis e, até mesmo, nas serigrafias com colagens.
Meu envolvimento com temas espiritualistas e filosóficos foi tornando minha pintura mais fluida, com aguadas de tinta sem, contudo, abandonar a quase tridimensionalidade, através das texturas.
Apesar da subjetividade implícita na abstração, procuro, através do título, conduzir o olhar do espectador.
As cores me seduzem e, no meu entender, falam por si só; têm musicalidade, interagem com quem as aprecia e dialoga com elas.
Descubro na interação da cor com a matéria e o suporte, uma expressão eloquente do nosso entorno
Amo as cores, amo as texturas e os papéis e, quando esse amor transborda, nascem poesias,¬ além das pinturas. Muitas vezes, das pinturas nascem poesias, outras vezes, das poesias nascem pinturas.
Alquimia das cores E as diluo… E as deixo se esparramarem… E interagimos criando beleza… Elas escorrem Eu as conduzo Insistem num caminho Trago- as de volta Deixo-as se misturarem Criando novas cores Cada vez mais belas… ……………………………… E penso na Criação E na interação das cores na natureza E na sua riqueza… Penso nos pássaros Nas flores Nos nascentes Nos poentes Sempre eloquentes Embora silentes… …………………………… Estarei co- criando? Estarei interagindo com a sensibilidade universal? ………………………… E assim… Envolvida em diáfanas conjecturas Vou formando nova criatura Em forma de pintura! HF.2020-09