Biografia
Eliana Ferreira Freire – assina suas obras com o nome artístico de Heli Freireg embora já tenha assinado no começo de sua carreira como Ely Freire e Heli Freire.
Nasceu no Rio de Janeiro e trabalhou em Educação.
Começou, copiando fotos, com carvão, em preto e branco que logo se transformaram em quadros e agradavam a quem as via. Daí, passou às pinturas.
Aprendeu a pintar em fascículos vendidos em bancas de jornal. Foi em recortes de Eucatex que fez seus primeiros trabalhos, ficando muito entusiasmada com o interesse das pessoas e com os pedidos que logo se sucederam.
Após a boa repercussão de seus trabalhos, colocados em um evento de artes patrocinado pela Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, começou a participar de exposições coletivas e a obter premiações.
Então, fez uma viagem a Nova York e visitou museus e livrarias especializadas em artes. Adquiriu diversas publicações que ensinavam técnicas mais sofisticadas de pintura e a utilização de novos materiais. Foi um grande “encontro” com a Arte!
Veio a aposentadoria e Heli passou a se dedicar exclusivamente à Arte.
Sua inquietude, porém, a deixava insatisfeita com as pinturas feitas até então. Precisava mostrar o que as pessoas não viam! Queria fazer arte abstrata!
E foi com os ensinamentos aprendidos com Bernardii que estabeleceu sua própria linguagem,
A princípio deixou-se influenciar pelos artistas espanhóis do pós guerra, Antoni Tàpies e Antoni Clavè que entendiam que a sensação da materialidade é mais importante do que a forma Passou a agregar às pinturas impastes de tinta, areia e outros materiais
Entretanto, as histórias e a espiritualidade contidas nas obras dos artistas Kandinski, Paul Klee e Mark Rothko, principalmente, validaram, para ela, a representação do invisível e do espiritual.
Seu interesse pela obra desses artistas, pelas cores, pelas combinações e nuances reagindo às texturas a partir de aguadas de tinta acrílica, tornaram sua pintura mais fluida.
Hoje pinta predominantemente o abstrato ou o figurativo-abstrato, com o propósito de tirar o espectador do dia a dia caótico e revelar, para ele, “o outro lado”, o que não é visível, mas, que pode ser sentido.
A essa altura já estava irremediavelmente tomada pela Arte e queria fazer um pouco de tudo nesse campo. Foi assim, levada por um acontecimento doméstico (que conta em vídeo) que começou a fazer esculturas, outra grande paixão.
Nas esculturas extravasou sua admiração pela beleza e pela eloquência das formas e dos gestos humanos.
Suas obras tomaram a forma que queria após as aulas com o professor Jaime Sampaio, da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV),
São figurativo-abstratas uma vez que detalhes anatômicos quase sempre são irrelevantes para transmitir a mensagem a que se propõe. Em sua maioria fala da beleza da forma humana, em especial da feminina que a encanta, da sensualidade, da ternura e da paixão na interação homem- mulher. Heli procura criar formas abstratas com movimento e beleza.
Atualmente só as faz por encomenda.
As pinturas em papéis surgiram de um projeto artístico-social visando chamar a atenção para a importância da convivência com a Arte e do deixar fluir livremente as emoções e a liberdade e, assim, democratizar a Arte. São utilizados materiais como: tintas artesanais preparadas com pigmentos minerais tirados da terra, terra in natura, café, chá, cera, água da chuva, restos de produtos de maquiagem, papéis e papelões diversos e o que mais estiver disponível.
As Serigrafias, são resultado de seu prazer de trabalhar com papéis.
Sua inquietude interior, porém, não a deixa repetir muitas vezes a mesma imagem. Então interfere nelas com colagens e aplicação da tinta de modo não convencional tornando-as Monotipias.
Durante a pandemia fez um curso de colagem online com Pedro Varela, da EAV e daí surgiram novos trabalhos.